A mentira dos jogos

Há quem pense que se trata apenas de desporto. Para uns é uma questão de sobrevivência. Para outros, a inocência e a imaturidade. É a luta contra o esquecimento e a indiferença. E contra os limites do homem. É a menina do ditador contra o playboy chinês. O americano do Gana contra o preto russo. O velho gigante contra o novo. A perfeição. A lei do mais forte. O menino bonito. O guerreiro vencido. A consagração do amor. A eternamente jovem contra o jovem dorminhoco. A família perfeita contra a vida imperfeita. O significado de estar presente e de não estar.

Que fique claro. Nunca se tratou apenas de uns simples jogos.

ACT(31/07): Afinal, parece que alguns atletas iraquianos vão poder ir aos jogos.. O comité olímpico voltou atrás e permitiu a inscrição dos atletas daquele país. É pena é que o prazo de inscrição para a maioria das provas já tenha expirado. Substituí o último link, porque parece que a Dana Hussein ainda vai a tempo de participar.

Charada - parte II

às vezes é difícil explicar a uma pessoa de fora o que é que me faz continuar a lutar para ser jornalista. eu própria, se tentar ser razoável, não consigo encontrar a resposta. visto de fora, parece que trabalhamos demais, somos mal pagos, passamos imensos fretes, e, no fim, aquilo que fazemos é tão efémero, que ninguém parece compreender o seu valor.

é difícil explicar a alegria que sinto quando me deparo com uma estória fascinante, que precisa de ser partilhada com toda a gente. é difícil explicar como preciso de sentir o desespero causado pela responsabilidade de ter de contar como deve ser uma estória. é difícil explicar que não me imagino a viver sem a adrenalina que sinto quando a notícia está a acontecer, e é urgente informar. é claro que isto não acontece todos os dias. ainda por cima, tendo em conta que estou no começo, e ainda tenho muito para aprender. mas é isso que me fascina na profissão.

ilusão de principiante? talvez... lembrem-me de escrever sobre isto outra vez daqui a uns anos:)

Aconteceu.

O paradigma da notícia. O exemplo que todos estamos fartos de ouvir.

Aqui.

:)

Sintonias

"Uma amiga ofereceu-me um pequeno busto de Cervantes, desses que se vendem nas barracas de recordações da Rambla de Barcelona. Não é bonito, também não é feio. É Cervantes, e quase diariamente, depois do noticiário, cumprimento-o com um sincero «desculpe, D. Miguel», porque é o mínimo que posso fazer perante tanto abuso e mau uso das palavras."

O excerto é do livro "Uma História Suja", de Luis Sepúlveda. Como eu o compreendo. Também eu, cada vez que assisto aos nossos honoráveis deputados a elogiarem-se uns aos outros, tenho vontade de dizer:

Desculpe lá, ó Péricles!*

*note-se que o tom utilizado é o mesmo com que Sócrates celebrou a assinatura do Tratado de Lisboa... "Porreiro pah!"

"This is the world's fight. This is civilization's fight."*

"Dos 260 presos em Guantánamo, somente 20 foram formalmente acusados e as autoridades americanas só tencionam julgar 60 a 80 detidos."

Fonte: AFP

*Frase do discurso de George W. Bush, depois do 11 de Setembro

A vida é curta demais para o emprego errado...

Confesso que neste campo não tenho razões de queixa. Gosto do que faço. A maioria dos dias ;)

O estado da nação

blábláblá... reforma profunda .. bláblábá.. petróleo...... senhor primeiro-ministro... impostos... bláblábláblá...magia... bláblábá.. robin dos bosques.. ladrões de castelos.. blá blá blá.. debate público SÉRIO (???)... senhor deputado... doença infantil... o psd não está contra as obras públicas em gerais nem nenhuma em concreto.. AGORA... bláblábá.. estudos... doença bipolar.... depressão... crise... regresso ao passado. ... blábláblá.. portugueses... blábláblá...

"Nada sei das estrelas, mas as vejo no céu, são a beleza da noite"*

Às vezes mais vale deixar certas coisas sem explicação do que andar dias e dias a pensar num porquê. Consome-nos por dentro. Há coisas que não têm razão de ser, um conjunto de factores que justifiquem o resultado final. E ponto final.

*Jorge Amado, Gabriela Cravo e Canela

pensamento do dia

é incrível o tempo que conseguimos passar em frente a um computador sem fazer nada.

acrescento:
não é, joão? :)

queremos mais destas!!!