Hoje é o dia mundial da liberdade de imprensa e também o dia em que se comemorou o dia do jornalista na Escola Superior de Comunicação Social e, por isso, foi um dia com bastantes debates e discussões lá na escola.
A manhã ficou marcada por uma discussão à volta do tema "Defesa Nacional e Opinião Pública", contando com a presença do ministro da defesa nacional, o Dr. Luís Filipe Marques Amado, e da jornalista da SIC Maria João Ruella, que foi ferida quando estava no Iraque a fazer a cobertura da guerra, entre outros..
Este tema suscita várias questões relacionadas maioritariamente com situações de guerra e com as mensagens difundidas pelos vários estados, com a intençao de manter a opinião pública favorável à posição oficial do país em relação à guerra.
Por exemplo, o uso de jornalistas em directo a acompanharem as tropas americanas, situação que foi recorrente durante a guerra do Iraque. O facto de os Estados permitirem que os jornalistas acompanhem os exércitos no terreno e de se responsabilizarem pela sua segurança levanta outras questões e, obviamente, esconde outras intenções que não simplesmente a simples defesa dos direitos e deveres do jornalista de informar. Ao acompanhar os militares em acção, os jornalistas acabam por se juntar a eles na sua dor e nos seus sentimentos e acabam por transmitir uma visão parcial dos acontecimentos, o que acaba por se transmitir na opinião pública. Por outro lado, esta possibilidade de se pode acompanhar a guerra em directo e com custos bastante baixos é bastante aliciante para as empresas dos media, que, muitas vezes, de outra maneira não teriam a oportunidade de cobrir este acontecimento. O importante nestas situações é que os enviados especiais tenham a consciência da sua situação e que transmitam esse facto às suas audiências e, claro, que tente sempre obter informações de outras fontes como por exemplo, as locais.
Outra questão que também achei interessante e que foi levantada durante a sessão de perguntas está relacionada com o facto de alguns países se verem "obrigados" a participar em alguns conflitos/missões internacionais mesmo quando não estão directamente implicados neles, isto devido a compromissos e acordos internacionais estabelecidos entre vários países. Nestes casos a opinião pública não é muito favorável à participação nacional, uma vez lhes custa ver o "seu sangue ser derramado" por assuntos que não lhes dizem respeito. A verdade é que esta situação não é nova para Portugal e que apesar de muitas vezes preferirmos pensar que bem que podíamos estar quietinhos no nosso cantinho que ninguém se vinha meter connosco, às vezes, devido a compromissos internacionais, ou mesmo para se poder esperar ajuda de outros países, é preciso que o nosso país seja activo e que, infelizmente, dependa das decisões de outros países com bastante mais influência internacional. É que hoje em dia, ainda por cima depois de termos entrado na União Europeia, estamos inseridos num contexto de relações internacionais que não podemos ignorar e não podemos ficar indiferentes ao que se passa no mundo.
A seguir ao almoço a discussão mudou de assunto: falámos d´"O Direito à informação e a esfera privada dos cidadãos", outro assunto que também levanta questões bastante interessantes mas que merece outro post igual a este ou talvez ainda maior, pelo que deixarei esta discussão para outro dia.
quarta-feira, maio 03, 2006
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3 comentários:
Só tu Maria... para fazeres um post destes sobre o maldito debate da manhã. Não gostei, pronto!
Da tarde sim, foi muito à frente! E do nosso Paulinho então nem se fala. Amanhã lembra-me que tenho uma observação para contar...
(estamos a falar de abusos, óbvio)
A ligação entre a guerra e a Informação é deveras um assunto muito importante. Hoje em dia as Guerras, tal como as eleições, ganham-se na televisão. Pouco depois dos aviões lançarem bombas no Iraque passaram outros que traziam algo muito diferente, panfletos...
olhem marias, eu para varia um bocadinho, gostei do tia todo!! :P
e tb fui a apresentacao do livro, que, claro, tb foi gira:D
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