segunda-feira, outubro 23, 2006

incompetência?

Vejam esta notícia.

Isto é o resultado de um ministério mal organizado. Não ponho em causa a decisão de se ter permitido aos alunos da 1ª fase repetirem os exames de Física e Química. Mas ponho em causa as razões que levaram o ministério a tomar esta decisão. Não ponho em causa porque lembro-me que, na altura em que foram feitos, os exames suscitaram grandes divergências no seio da comunidade científica acerca da clareza do enunciado. Ora, se um enunciado de um exame deste nível não está claro, que culpa é que os alunos têm disso? Esta é uma questão que não deveria ter falhado em primeiro lugar. Isto é, se queremos exigir alguma coisa dos alunos... Mas as razões que levaram o ministério a ter tomado a decisão de permitir a repetição dos exames é que deixam algumas dúvidas. Segundo a ministra da Educação, esta decisão foi tomada devido aos maus resultados obtidos nos exames, que se explicaram por uma alegada falta de preparação por parte de várias entidades (professores, alunos, o próprio ministério) para lidar com o novo programa. Ora, esta falta de preparação foi corrigida entre um exame e outro? e se os alunos da primeira fase tiveram oportunidade de fazer o exame duas vezes por causa desta falta de preparação "do sistema", porque razão é que os segundos não tiveram? Eu continuo a achar que a única razão que justificaria a repetição do exame seria o facto de o primeiro exame estar mal-feito. Mas porque estes não foram os argumentos utilizados pelo ministério, esta questão irá prolongar-se por muito mais tempo. Esta aluna de que fala a notícia conseguiu que seja feito um novo exame só para ela. E os outros alunos da 2ª fase? porquê um exame só para ela? quantas vagas a mais é que seria preciso abrir para ser feita "justiça" no país?

6 comentários:

s. disse...

para se fazer justiça deveriam-se acabar com os numerus clausus. isso sim seria verdadeira justiça

pauloabx disse...

acabar com os numerus clausus seria encher as faculdades de medicina de portugal de estudantes que teriam uma preparação má por falta de capacidade das universidades. O que há de justo nisso?

Paulo Costa disse...

Depois não querem que tenhamos uma má imagem do país... Senti falta das tuas visitas nina (e de muito mais gente, deve de haver algo errado no blog), onde tens andado?

s. disse...

paulo: o curso em si é que serve para selecionar aqueles que estão ou não aptos para o frequentar. quanto à capacidade das unis, se as condições são insuficientes (e já o são agora) invista-se. enquanto continuarmos a ver a formação do individuo como algo que só a ele lhe diz respeito e "esquecermo-nos" do papel social e da importancia que uma melhor formação de um individuo representa para a sociedade não vamos a lado nenhum.

Domingoz disse...

Boas notícias previstas pelo novo orçamento de estado, que para variar, vai tirar mais dinheiro à educação e à saude, e dar mais à defesa, entre outros. Por isso, para quê essa preocupação com os investimentos? As propinas aumentam novamente, e os estudantes pagam mais. Os serviços de saúde aumentam, e os utentes pagam mais. Agora temos é que encher os bolsos (rotos) ao estado, mesmo que não o tenhamos nós, e depois sim, o estado pode voltar às brincadeiras de sempre, e (continuar a) esbanjá-lo, (novamente).

Anónimo disse...

tb é incompetência cada um não saber trarar de si....